Toda pescaria é legal. Tem àqueles que gostam de pescar lambaris, outros tilápias, enfim existe uma modalidade para cada gosto. Particularmente quando não alcanço bons resultados com a minha atual preferência, qual seja: a pescaria de tucunaré, parto em busca de outras espécies não me importando com o tipo de peixe, mas sim, com o desafio em capturá-lo.
O meu primeiro contato com a pescaria se deu na infância. Por volta dos 9 (nove) anos de idade, via o meu avô num verdadeiro ritual com as suas varas de pesca. Lá estava ele preparando o feche de bambus com pontas caprichosamente arrumadas. Elas ficavam guardadas no beiral do quartinho onde ele costuma passar horas em meio aos anzóis, chumbadas e linhas numa organização que eu jamais consegui ter.
Meu avô, naquela época - 1983 - se queixava com a escassez de peixes na região e mencionava a fartura de outrora. De fato, muitas eram as redes espalhadas pelo rio onde ele costumava pescar, e não raro, era se deparar com tarrafeiros. No entanto, os batedores de varinha construíam pequenas plataformas de madeira sobre as margens do rio e cevavam o lugar religiosamente. Ali os pescadores passavam o dia todo pescando e prosando. O meu avô não tinha o "jirau" com a ceva própria e pescavamos no que estivesse livre. Por conta disso, partíamos do sítio de sua moradia até os seus últimos dias de vida terrena, e percorriamos uns 3 Km de bicicleta, a fim de achar uma beirada livre para podermos pescar.
Ele, além do esmero com a tralha, levava sempre consigo o trato, milho azedo, soja, e massinha. Sem dúvida, estas eram as suas iscas preferidas e o piau seria o troféu a ser conquistado com elas. Minhocas nem pensar! Eu ao contrário, só conseguia pescar com elas, então, antes de seguirmos para o rio, procurava encher de isca viva uma latinha daquelas de massa de tomate elefante. Enquanto ele se concentrava e tentava ser mais esperto que os peixes roubadores de massa; eu pescando ao seu lado, com minhoca no anzol, capturava facilmente os lambaris e me divertia muito. A felicidade só era maior quando via o meu avô, depois de muita insistência, segurar a varinha de bambu toda envergada, dando a impressão que iria quebrar, mas incrivelmente, depois de certo tempo de briga com o peixe, testemunhava um belo piau aflorando, cansado de tanta força empregada na briga. Eu achava aquilo o máximo e me sentia incentivado para evoluir e querer aprender a pescar de forma diferente e com outras iscas.
Pena não terem sido muitas as vezes que pesquei com meu avô, pois os 450 Km que nos separavam dificultava um contato mais próximo. Viajava pra lá só nas férias escolares e na maioria das oportunidades a época do ano não era favorável à pesca. Por vezes chovia muito ou estava frio. Mas valeu, pois aprendi naqueles tempos as primeiras lições sobre disciplina, organização, companheirismo e paciência.
3 comentários:
e ai cara tudo bem , meu nome é Thiago, gostei do seu bloq, pois tem varias materias dos lugares onde pesquei .. principalmente essa região de mogi, salesopolis, vc foi até no tambor em taiaçupeba, é dificil ver um bloq com essas pescarias, parabens e obrigado por fazer eu relembrar esses lugares.. haa, vc foi no pesqueiro onze né, estou dodio pra ir lá... mas tenho medo de não achar...lá dizem que parece muito com uma pescaria de represa.. um abraço fica com Deus..
vc mora nessa região do alto tiete ?
Olá Thiago!
Graças a Deus tudo bem,
No pesqueiro onze, se pesca muito na base da lambada. O que manda é a ceva. Eu gostei do local por conta dos colegas que ali frequentam, mas não gosto da modalidade. Não é difícil chegar lá, basta seguir pela entrada de Furnas e visualizar a placa indicativa do lado direito da pista. Na igrejinha na semana passa um colega disse que estava saindo muitos lambaris e um sortudo pegou uma tilápia de 3 Kg. Um abraço e boas pescarias!
Opa.. vc sabe como estão as pescas na represa.. meu pai ta querendo ir lá em Taiaçupeba mas não sabemos lugar bom lá de pesca.. vc conhece??
abtaços
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